domingo, 3 de janeiro de 2010

UM HOMEM NA JANELA

No meio da escuridão brilha uma pequena luz,
trazendo à tona tudo que ele não queria.
A brasa do cigarro no meio do quarto escuro,
libera a fumaça que traz a imagem de seu rosto
como se estivesse dentro de um nevoeiro.
Nevoeiro constante dentro dele,
com imagens turvas, idéias confusas.
Medo de tudo que é belo,
pavor causado pelo amor.
Brasa que chega ao fim,
medo que se apavora e cresce.
Imagens que giram cada vez mais rápido,
e a loucura parece chegar.
De tudo resta apenas
a sombra de um homem,
um rosto na janela,
implorando a chance
de tudo poder recomeçar,
tendo como única certeza o medo
que cresce cada vez mais;
Tendo como única razão a felicidade
que corre sempre para mais longe;
Tendo como única esperança você.
Você, que parece não notar que a loucura,
o medo, a felicidade,
tudo enfim, é esperança.
Tudo enfim, é você.
Balbueno - 09/10/1982

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