domingo, 24 de janeiro de 2010
PRÍNCIPE
que muitos gostam de chamar de sonho,
pelo caminho vou enfrentando monstros reais.
Muitas vezes sou ferido,
e meu sangue escorre em dor.
Quanto mais o sangue escorre,
quanto mais a dor aumenta,
sem gritar eu luto,
sem alarde venço,
e caminhando sigo,
sem saber se quando ao castelo chegar
encontrarei minha princesa
dormindo enfeitiçada,
prisioneira em uma masmorra,
ou ansiando por minha chegada.
Mas sempre saberei
que por ela busquei,
que por ela buscarei.
Balbueno – 24/01/2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
QUERIA SER CRIANÇA
e ter a fé da inocência;
Queria ser criança,
e ter a confiança da alegria;
Queria ser criança,
e saber que um carinho
me aguarda num abraço
quando em casa chegar;
Queria ser criança,
e não me preocupar
com o que não entendo;
Queria ser criança,
e me lambuzar de chocolate;
Queria ser criança,
e não me sentir um tolo
por ter medo do escuro;
Queria ser criança,
e poder sonhar.
É... Eu queria ser criança,
e só me resta ser homem
que sofre sozinho
como criança abandonada,
sonhando com um abraço
que traga o calor de um carinho,
o afago de um olhar,
a ternura de um beijo,
o conforto de um amor,
que faria o homem se sentir
seguro o bastante
para não sentir vergonha
de extravasar toda sua angústia
chorando como criança.
Balbueno – 18/01/2010
domingo, 17 de janeiro de 2010
QUANDO AS TAÇAS TOMBAM
na toalha sobre a mesa,
o vinho com carinho
desenha o nosso amor.
Quando nossos corpos
se roçando vão dançando,
e o quarto perfumado vai ficando,
sob o peso de carícias nós deitamos,
entre beijos nos perdemos,
em suor vamos escorrendo,
e nosso amor
no lençol vai escrevendo
o que muitos gostariam de sentir.
Balbueno - 17/01/2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
SEM PUDOR
não como gelo que derrete,
mas como prazer de amor.
Prazer de amor que enlouquece,
e em entrega sem pudor
se faz prazer nosso.
Prazer que nos completa
a cada gota tua e minha,
pois se escorrer
como amor sem pudor
em tua boca quero,
é porque em minha boca
seu amor sem pudor escorre.
Balbueno – 11/01/2010
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
EU SEI QUE TENHO UM ANJO
que de longe me olha,
e quieto seca uma lágrima
que rola em seu rosto.
Eu sei que tenho um anjo,
que em silêncio meu nome grita,
e vontade de me beijar sente,
secando a lágrima que em meu rosto rola.
Eu sei que tenho um anjo,
que tem jeito de menina,
e que com a pureza de seus carinhos,
em meus braços mulher se faz.
Eu sei que tenho um anjo,
que me visita quando durmo,
me recebe quando sonha,
e se faz presente mesmo estando longe.
Eu sei que tenho um anjo,
que não gosta de ser chamada de anjo...
Mas eu sei que tenho um anjo,
que sabe que é muito amada.
Balbueno – 04/01/2010
BARQUINHO
meus sentimentos fazer navegar,
da folha de papel onde eles são escritos,
um barquinho faria.
Navegaria nele pelo rio de minhas lágrimas,
observando nas margens
meu presente ficando para trás,
e sorriria por saber que em passado se transformaria.
E quando o barquinho chegasse
no oceano de seus carinhos
nada mais iria querer
além das ondas do seu amor
Balbueno – 04/01/2010
VIDA E MORTE
dada para fazer sofrer.
Caminhando de mãos dadas com a morte,
segue sempre sem nos deixar tudo fazer.
Você nasce com ela,
sem perguntar se isso ela queria,
pois você cresce e ela segue,
você morre e ela parte.
Vida... dádiva ingrata,
parceira da morte,
amante do medo,
ilusão dos fracos.
Vida... que todos gozam,
e que deveria ser forte.
Vida, que os fracos acham doce como açúcar,
mas que se faz amarga, e teme a morte.
Teme a própria parceira,
para quem leva tantos fracos.
Será ela também fraca,
ou será ela própria, a morte?
Será ela própria a morte com medo
de levar a si mesma, ou será a morte
a própria vida com medo de nascer?
Vida, dádiva ingrata?
Morte, dádiva oculta?
Para minhas perguntas,
um dia terei respostas.
Restará apenas saber,
quando esse dia chegar,
se estarei vivo quando a morte vier,
ou se estarei morto quando a vida partir.
Vida, dádiva ingrata?
Morte, dádiva oculta?
Vida, dádiva oculta?
Morte, dádiva ingrata?
Qual das duas me responderá,
ou tudo não passa de nada?
Será a resposta o início,
ou será a pergunta o final?
Balbueno - 28/09/1981
domingo, 3 de janeiro de 2010
UM HOMEM NA JANELA
trazendo à tona tudo que ele não queria.
A brasa do cigarro no meio do quarto escuro,
libera a fumaça que traz a imagem de seu rosto
como se estivesse dentro de um nevoeiro.
Nevoeiro constante dentro dele,
com imagens turvas, idéias confusas.
Medo de tudo que é belo,
pavor causado pelo amor.
Brasa que chega ao fim,
medo que se apavora e cresce.
Imagens que giram cada vez mais rápido,
e a loucura parece chegar.
De tudo resta apenas
a sombra de um homem,
um rosto na janela,
implorando a chance
de tudo poder recomeçar,
tendo como única certeza o medo
que cresce cada vez mais;
Tendo como única razão a felicidade
que corre sempre para mais longe;
Tendo como única esperança você.
Você, que parece não notar que a loucura,
o medo, a felicidade,
tudo enfim, é esperança.
Tudo enfim, é você.
Balbueno - 09/10/1982
TREVAS
e você se sente só.
O sol ilumina a manhã
e você só vê sombras.
Sombras que seguem seu caminho,
sombras que se confundem com a sua.
Nas trevas você encontra a beleza,
a luz já não existe no seu mundo.
Na luz você viu o belo ser destruído,
e surgiu o pavor, surgiram as trevas,
alimentando seu peito com o desejo de vingar.
Vingar o belo, apagar o sol,
deixar que as trevas dominem a luz,
fazer as trevas alimentarem outros peitos
com o mesmo sentimento
que comanda o seu agora.
Nas trevas, você encontra a beleza.
Não a beleza destruída na luz,
mas uma beleza nascida do pavor, do rancor,
criada nas trevas, de forma egoísta,
de maneira fria e calculista.
Mas para que se questionar?
O homem precisa do belo para sobreviver,
mesmo que esse belo seja feio.
Balbueno - 16/09/1981
UM ÚNICO DESEJO
a imagem de um amor.
Ondas que chegam onde estou,
trazendo para perto sua imagem clara e bela.
Tenho então a chance de sonhar te abraçar,
mas as ondas quebram e fazem espuma,
escondendo você de mim.
Quando penso que consegui te encontrar,
elas arrastam você para longe.
Solidão e desespero se transformam
em um único desejo... Você.
Você, que entre as ondas,
brinca com meu ser;
Você, que entre as espumas,
me lança na escuridão;
Você, que refletida pelo luar,
me traz a paz e me chama para amar;
Você, tão perto quando sonho ouvindo o mar,
tão longe quando desperto e vejo o sol.
Rezo para que venha a noite,
Você, que entre as espumas,
me lança na escuridão;
Você, que refletida pelo luar,
me traz a paz e me chama para amar;
Você, tão perto quando sonho ouvindo o mar,
tão longe quando desperto e vejo o sol.
Rezo para que venha a noite,
com ela a lua,
e então, do alto de um rochedo,
poder vê-la refletida nas ondas,
brincando de me fazer sofrer
quando se vai com a espuma,
mas me trazendo paz,
me chamando para sonhar,
me chamando para amar.
Balbueno - 07/10/1982
e então, do alto de um rochedo,
poder vê-la refletida nas ondas,
brincando de me fazer sofrer
quando se vai com a espuma,
mas me trazendo paz,
me chamando para sonhar,
me chamando para amar.
Balbueno - 07/10/1982
sábado, 2 de janeiro de 2010
QUANDO MEUS OLHOS FECHAREM
me procure nas flores,
pois eu serei o perfume.
Quando meus olhos fecharem,
me procure nas águas de um lago,
pois eu serei o seu reflexo.
Quando meus olhos fecharem,
me procure na chuva,
pois eu serei os pingos que tocam seu rosto.
Quando meus olhos fecharem,
me procure no céu,
pois eu serei a estrela que brilha
apenas para você, desejando boa noite.
Quando meus olhos fecharem,
me procure no mar,
pois eu serei como as ondas,
sempre vindo e dizendo que ainda te amo.
Balbueno - 11/07/1983
CERTEZA
e o nevoeiro que vejo vai se dissipar.
Poderei ver tudo mais claro,
e enxergar a escuridão em que me encontro.
A chuva cai e eu me escondo,
sem conseguir deixar de me molhar.
As lágrimas correm no meu rosto,
e meu coração se afoga num pranto profundo.
A noite chega, e eu procuro dormir.
O sono não vem e as lembranças não vão.
Se sono não chega eu posso aguardar,
mas a morte virá e não vai esperar.
Não vai esperar eu te encontrar, ou você me chamar.
Ela vai chegar, e os nossos olhos fechar,
sem se preocupar em saber
se em algum dia nós soubemos nos amar.
Balbueno - 13/08/1980
RAZÕES DO MEDO
eternidade ilusória.
Noites angustiantes,
infernos mentais.
Sombras que não passam,
emoções incontidas.
Curvas que não param,
horas que não passam,
alienação necessária.
Veneno que não mata,
erros repetidos,
saudade presente.
Carinho resguardado,
amor escondido,
rancor de mim mesmo.
Ventos que levam a fé de um homem,
que longe da vida hoje se encontra
morto como o dia.
Os Beijos que me nego
aumentam minha dor,
fazendo rugir dentro de mim
um animal acuado pelo medo.
E o medo se fazendo presente,
sombreia de pavor a ilusão do meu amor.
Balbueno - 06/11/1981
TESTEMUNHAS
sujas e desgastadas pelo tempo,
ouvintes cansadas, tão pacientes,
de tudo que até hoje a elas confiei.
Dias mergulhados no silêncio,
velhas lembranças no meio da noite,
e as lágrimas testemunham meu corpo,
pela saudade que vivo a sentir.
Companheiras em cada manhã nascida,
amantes nas noites solitárias,
inocentes por minha paz nunca alcançada,
testemunhas assíduas de toda minha vida.
Balbueno - 19/09/1981
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
HOMEM
mas sempre procura ter mais,
geralmente com a arma na mão,
levando no peito a munição.
Caminha com passos largos,
escrevendo sua história.
No seu olhar se vê a morte,
a guia-lo na vitória.
Tem nela sua aliada,
tem nela sua amante,
renega seu irmão,
e pisa firme o chão.
Planta a discórdia,
colhe a miséria,
pensa na riqueza e crê no prazer,
esquecendo do amor que o fez nascer.
Não dá o que possui,
deseja o que não tem,
só pensa em possuir,
não se importando em destruir.
E quando morre,
festeja mais uma vitória,
pois consegue ser a razão,
do renegado choro dos irmãos.
Balbueno - 23/09/1981
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